Twitter / berguelo

terça-feira, 15 de junho de 2010

É isso aí, Cadu! Quem não consegue nova conta, vai de conta véia mesmo!

postando o link:
http://www.goear.com/listen/009be1e/chasing-cars-snow-patrol

domingo, 5 de abril de 2009

Resignificando o conceito de 'consumo'

Estava pensando nas relações de trabalho dentro da escola pública e me depararei com os conceitos de produção, reprodução e consumo. O trabalho dentro da escola não produz nada de material, ou, ao menos, não é esta a sua finalidade primordial. Não há alguma mercadoria que ao final seja apropriada por alguém.

Buscando um outro fazer para comparar com o trabalho escolar, escolhi o teatro. Primeiro, porque não existe ciência de um particular, aristotelicamente falando, logo, se o trabalho escolar não tem com que se comparar, podemos apenas descrevê-lo. Segundo, porque considero o ensino como uma forma de arte. Terceiro, porque, grosso modo, numa aula os alunos são uma plateia (passiva ou ativa), o professor atua desempenhando um papel de autoria (sua ou não) e certas representações são utilizadas ou construídas.

Partindo destas colocações iniciais, no espaço onde se encena uma aula/peça há mais uma re-produção, do que uma produção, uma vez que muitos dos recursos já devem estar prontos para uso. Este recursos e as ações que se entrelaçam com estes produzem, de fato, uma sequencia de fenômenos, mas que é apenas o meio usado para produzir outro efeito, sobre a plateia. A recepção dos fenomenos (entendido aqui fenomeno como 'aquilo que se apresenta', que se percebe) pela plateia é que é a finalidade do/a espetáculo/aula. Pergunto: há relação de consumo nessa situação?

Pensando objetivamente, não. Nos dicionários, a palavra consumir é apresentada como tendo significado de várias ações destrutivas ao objeto que se aplica (gastar, dilapidar, corroer, apagar, esquecer, abater, enfraquecer, debilitar, mortificar, afligir, desgostar) e poucas neutras (usar, utilizar, empregar, dedicar). O que consome os fenômenos que se sucedem numa aula/espetáculo é a própria progressão do tempo. O que o espectador pode fazer com os fenômenos é apreciá-los, fruí-los. Da mesma forma, ao usarmos algum objeto, nossa finalidade é algum benefício advindo desta ação, não a destruição do objeto. Mesmo quando nos alimentamos de algo e sua existência é anulada, isso apenas ocorre porque ser absorvido e incorporado são condições necessárias à nutrição. Vemos, portanto, que aquilo que nas relações econômicas é chamado de consumo tem pouca coincidência com a destruição do objeto a que esta relação é referida. Qual é a lógica por trás deste uso da palavra consumo onde a palavra aquisição seria mais adequada?

Na minha interpretação, a lógica empregada é a da voracidade. O sentido de fazer com que um bem (qualquer coisa, material ou imaterial, que satisfaça uma necessidade ou um desejo)quando transfigurado em mercadoria, se torne um ente perecível é de associar a satisfação como algo finito, que depende da destruição daquilo que a gera. Manter ou retomar a satisfação fica então condicionado a uma nova aquisição no mercado, indefinidamente.

Esse moto perpétuo da destruição destoa de preocupações pela sobrevivência do planeta, pela preservação dos bens naturais. Coloca a destruição como algo necessário, desejável, projetando escassez, essa forma de valorização pela limitação de uso, pelo privilégio.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Meu maior leitor...

Sou eu mesmo. Alguém leu os outros posts??! Sem comentários!!!
Só para comentar: Polônia mantém-se em segundo lugar em adesões, França se destaca como quarto lugar.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Não desista ainda! (por favor...)

Este deveria ser um blog sobre política e educação, não necessariamente nesta ordem, também não exclusivamente. Estou até pensando em desmembrar os textos em outros blogs, quando houver massa crítica suficiente.
Peço um pouquinho de paciência, ainda vão surgir os temas relacionados ao nome do blog.

Também estou contagiado ________________ou________________ "Por que estabelecer um recorde no Guinness?"

Download Day 2008
Algum ser microscópico — como vírus, bactéria ou fungo — está se proliferando no meu organismo e iniciando uma sensação de desconforto forte o suficiente para me afastar das minhas classes mais uma vez. Como o mal está intermitente e ataca em qualquer posição física — em pé, sentado, deitado — continuei trabalhando em casa e dei de cara com isto:

Join us in our mission to set a Guinness World Record for the most software downloaded in 24 hours!

(Junte-se a nós na missão de estabelecer um Recorde Mundial do Guinness como o programa mais baixado em um período de 24 horas)

Em termos de Guinness, eu trocaria o livro tranqüilamente pela cerveja, nem que fosse para guardá-la na geladeira e esperar o fim do tratamento desta infecção para apreciá-la. Mas não é toda hora que um navegador te convida a transformar o simples e corriqueiro ato de atualizá-lo em um momento histórico e um grande ato de marketing.

O evento está bem organizado, com um mapa mundial registrando as adesões para "o grande dia de download" por país,
[enquanto escrevo isto, o Brasil é o terceiro colocado, 51.624 adesões, atrás da... Polônia(!?!), com 52.831, mas ambos ainda muito abaixo dos EUA, 106.925],
sugestões de como maximizar a participação transformando tudo numa festa (isso mesmo, Mozilla party on!) até mesmo no local de trabalho, todos se juntando durante o download (oportunamente, eles sugerem que os empregados baixem na hora do café ou lanche — ainda há chances de festejar e manter o emprego).
Deve parecer como o povo que não pode se ausentar do trabalho em dia de jogo da Seleção Brasileira de Futebol, todos aglomerados em torno de uma tela pequena, esperando o apito final para explodir em franca alegria... e depois voltar I-me-DI-a-TA-men-TE para a rotina. (isto é festa?).

Mesmo tentando dar um certo brilho à situação, é óbvio que esse recorde é meramente simbólico. Estar no Guinness não é sinônimo de qualidade, além de ter o incômodo de figurar ao lado de excentricidades como "o maior bigode do mundo" (segundo a auditoria do Guinness) ou "a menor escultura em madeira do mundo" (idem, se é que a categoria existe). O número de computadores que receberão o programa neste dia, na prática, é realmente irrelevante.

O Firefox 3 não será instalado em muitos destes computadores, principalmente os de empresas. Muitos usuários não tem autorização para instalar programas, o próprio Windows impede isto. Onde o Firefox for instalado, o Internet Explorer poderá deixar de ser usado, mas não eliminado. Tecnicamente, é possível removê-lo do Windows, mas o custo é perder algumas funcionalidades do sistema operacional, como visualizar o conteúdo de arquivos de imagens, por isso ninguém o faz; mesmo "aposentado", o IE vai ficar ali, ocupando espaço no disco rígido. Por que, então, instalar outro programa, ocupar mais disco rígido?

Há razões práticas e de bom senso para isto, e a maior parte delas pode ser resumida na frase "Não coloque todos os ovos numa só cesta". O Firefox, nesta e em suas encarnações anteriores, pode não ser o melhor navegador para internet — o que o IE também não é — mas baixá-lo de uma maneira que torne este ato memorável e noticiável, visível até para quem não tenha computador, marca uma postura: queremos ter opção, queremos ter alternativa.

Não sou fã da Microsoft. Pude testemunhar nos últimos vinte anos a redução de tamanho dos equipamentos digitais e aumento de sua capacidade, enquanto os programas da MS ficaram maiores sem ganharem necessariamente em eficiência. Pelo contrário, exigiam mais recursos da máquina para rodar adequadamente, notadamente memória. Para manter os consumidores a MS financiava memória RAM nos equipamentos fornecidos com seu software. Isto chegou ao cúmulo de alguns computadores vendidos sem sistema operacional custarem mais caro que outro, do mesmo fabricante, com Windows pré-instalado mas com o dobro de memória RAM do primeiro.

Várias pessoas, baixando um mesmo programa, durante 24 horas, provavelmente causará problemas de trafego na internet. Isto sem gerar nenhuma receita direta à Mozilla Foundation , pois o programa, em si, é de distribuição gratuita. Aparentemente, a editora do Guinness será a única com chances de lucrar alguma coisa com o evento.


Ajude o Firefox a atingir um recorde mundial

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Bom dia, bravo novo mundo! __________________ou__________________ "É SEGUNDA-FEIRA!?"

Sou paulistano, há mais de quarenta anos, morando na mesma cidade. Anteontem, ouvi uma frase de um antigo piadista conterrâneo que ignorando sua verdadeira vocação, insiste em se passar por nosso equivalente de Ronald Reagan, mas sem nunca ter sido ator e (sorte nossa) presidente sugerindo a construção de faixas elevadas de veículos por cima dos rios Pinheiros e Tietê (que aqui aparecem por ordem meramente alfabética, nada de preferências, que insisto em ocultar permanentemente).

Ele está certo... em continuar ignorando sua veia artística.
A piada é velha e está mal contada. Uma dupla de arquitetos* já fez melhor, com maquete e veículos em forma de barco a "singrar" a via concretada.
*Me falha a memória, mas podem ser Kogan e Weisenfeld (a memória falha, não há jeito), que também fizeram um filme homenageando um cineasta japonês e onde a Rita Lee fez uma afetuosa participação, encenando um insólito piquenique campestre (menos memória ainda, não lembro o título).

Criei esta conta de post há um ano, aproximandamente. Mais um ano que se passa e a sensação em relação à vida é igual ao do trânsito desta cidade: mal anda, não se sabe quando vai parar e ainda há umas sugestões bestas que não resolvem o problema, só aumentam a margem para ele crescer um pouco mais. A única novidade é postar. Salvar e postar. Quem sabe, algo pequeno, mesmo que um blog, faça diferença. Alguma.